Chile e Argentina reviverão o projeto do túnel Água Negra, de US$ 1,5 bi?

Após um encontro entre o presidente do Chile, Gabriel Boric, e o argentino Alberto Fernández, em Buenos Aires, ambos destacaram a necessidade de construir um corredor interoceânico entre os países.

Embora ainda não esteja claro se eles vão revitalizar o projeto do túnel Agua Negra, de US$ 1,5 bilhão – que o antecessor de Boric abandonou –, Fernández disse em uma entrevista coletiva conjunta que “o norte da Argentina espera executar este [corredor] o mais rápido possível”.

E Boric disse: “Chile e Argentina não têm uma cordilheira que os divide: eles têm uma cordilheira que os une. E isto é algo que temos que considerar de uma vez por todas.”

Durante sua primeira visita de Estado, Boric também se encontrou com o governador de San Juan, Sergio Uñac, que defende o túnel, já que ele ligaria a província à região chilena de Coquimbo.

Uñac disse que conversou sobre o túnel com Boric, a ministra chilena das Relações Exteriores, Antonia Urrejola, e com o presidente da Câmara, Raúl Soto, que destacou que a região de Coquimbo também deseja o túnel.

“Quero ser cauteloso, mas vejo esse processo como auspicioso. A perspectiva deste novo presidente do Chile é diferente da anterior”, disse Uñac ao jornal local Diario de Cuyo.

Mesmo antes de Boric assumir o cargo em 11 de março, o ministro de obras públicas da Argentina, Gabriel Katopodis, conversou com seu novo colega chileno, Juan Carlos García, sobre o projeto.

Uma fonte do Ministério de Obras Públicas do Chile (MOP) disse à BNamericas que não existem informações concretas.

O projeto começou há mais de uma década e uma licitação de construção de 2017 rendeu 10 ofertas pré-qualificadas.

No entanto, o segundo governo Piñera, que assumiu em 2018, questionou custo e viabilidade.

O MOP chileno chegou a licitar um contrato de consultoria para analisar alternativas ao projeto do túnel, mas o processo foi cancelado após a única oferta – apresentada pelo IDOM – ter sido desclassificada no mês passado, de acordo com os editais de licitação.

Em sua versão 2017, o projeto prevê dois túneis paralelos de 13,9 km pela Cordilheira dos Andes, com cerca de 72% no lado argentino