Chile prepara piloto de transporte público a hidrogênio verde

O Chile iniciará um projeto-piloto de transporte público movido a hidrogênio verde no ano que vem como parte dos esforços do país para se tornar neutro em carbono até 2050.

As autoridades também estão estudando o uso de aplicações de hidrogênio verde em outras áreas.

O piloto de ônibus beneficiará o sistema RED BRT de Santiago e será promovido através de um acordo entre os ministérios de Transportes (MTT), Meio Ambiente (MMA) e Energia, além de 25 instituições privadas e acadêmicas.

“Os ônibus urbanos apresentam uma oportunidade muito atrativa para o hidrogênio verde”, disse o ministro dos Transportes, Juan Carlos Muñoz, a jornalistas durante a cerimônia de assinatura do acordo.

Quando consultado pela BNamericas sobre outras aplicações, como trens, ele afirmou que o ministério e a Universidad Técnica Federico Santa María estão desenvolvendo um projeto separado para uma locomotiva a hidrogênio verde.

“Esse é um projeto que está avançando. Esperamos que dê resultados em breve e que possamos fazer um anúncio em relativamente pouco tempo”, completou.

O Chile pretende que todos os ônibus do sistema de transporte público sejam elétricos até 2040.

Na cerimônia, o ministro da Energia Diego Pardow disse que as autoridades também estão analisando áreas em que o hidrogênio verde poderia cobrir a demanda interna.

COP27

A ministra do Meio Ambiente Maisa Rojas declarou no evento que o piloto é um exemplo de aliança público-privada que favorece as metas climáticas do Chile.

Em novembro, Rojas e outros ministros farão parte da delegação do país na conferência climática COP27, no Egito.

“O que o Chile vai fazer na COP é manter a posição do país, que é uma postura de ambição”, destacou Rojas em resposta a uma pergunta da BNamericas sobre as metas do país na cúpula. A ambição está relacionada à disposição do Chile para realizar uma transição energética radical, mesmo não sendo um grande emissor de gases do efeito estufa.

A COP27 será marcada por disputas em torno de questões de perdas e danos, com os países em desenvolvimento exigindo a criação de um fundo dedicado, medida que sofre com a oposição dos países desenvolvidos que temem a necessidade de pagar indenizações.

Questionada pela BNamericas sobre a posição do Chile, Rojas respondeu que o Chile foi designado como co-facilitador, ao lado da Alemanha, para promover o diálogo sobre o assunto, que estaria entre os debates mais acalorados da conferência.

“Co-facilitar significa trabalhar como uma ponte para aproximar as partes, esse é o papel que desempenharei na COP27”, explicou ela.