Commvault: ‘A proteção de dados é uma prioridade para todos’

A Commvault, fornecedora de soluções de segurança e proteção de dados dos EUA, vê oportunidades crescentes para seus negócios na América Latina, já que as ameaças e vulnerabilidades de dados estão maiores do que nunca no ambiente pós-pandemia.

“A proteção de dados agora é uma prioridade para todos”, afirmou à BNamericas Allan Timchuk, vice-presidente de vendas internacionais da Commvault para as Américas. “Seguiremos com nossos compromissos na região e estamos visando um crescimento acelerado, porque a oportunidade existe.”

Durante os primeiros oito meses de 2022, a América Latina registrou cerca de 817 milhões de tentativas de ataques cibernéticos, de acordo com o relatório 2022 Threat Outlook da Kaspersky.

Este é o maior volume para o período desde os níveis recordes de 2020, quando o trabalho totalmente remoto impulsionado pela pandemia abriu uma janela de oportunidade para ataques. Após uma queda em 2021, o número de ataques regionais voltou a aumentar em 2022.

O Brasil foi o país que mais sofreu ataques nos primeiros oito meses do ano passado, com o equivalente a 1.554 tentativas por minuto, informou a Kaspersky.

Os grupos de ransomware ganharam força e devem manter os executivos de segurança de TI preocupados em 2023. A extorsão deve ser um problema crescente para empresas de todos os setores, principalmente aquelas com sistemas críticos.

Um dos principais clientes da Commvault hoje é o grupo de energia Enel. Em 2020, a multinacional italiana foi atingida duas vezes por ataques, por dois ransomwares diferentes, o que a levou a mudar de provedor de segurança.

“Usando a plataforma única da Commvault, podemos monitorar e avaliar riscos proativamente, mitigar ameaças cibernéticas aos negócios e proteger todas as cargas de trabalho, inclusive kubernetes, em várias nuvens, reduzindo nosso custo operacional em até 40% em comparação com as soluções anteriores”, destacou Bruno Bianchini, chefe de infraestrutura e serviços tecnológicos da Enel, em um comunicado da Commvault.

O Kubernetes é uma plataforma portátil, extensível e de código aberto para gerenciamento de cargas de trabalho e serviços em contêineres. De acordo com a Gartner, até 2025, 85% das empresas globais estarão executando aplicações em contêineres na produção.

Bruno Lobo, CEO da Commvault para a América Latina, disse à BNamericas que a empresa tem mais de 5.000 clientes na região em diferentes verticais, como energia. Brasil e México são seus principais mercados, apontou.

Sem revelar números, Timchuck disse que a Commvault tem visto um “crescimento consistente” na região e que a empresa espera “ainda mais crescimento”, dada a alta demanda por proteção de dados dos clientes.

“Como os dados, em geral, estão crescendo a uma média anual de 20% de CAGR [taxa de crescimento anual composta], o problema continua se expandindo exponencialmente”, argumentou Timchuck. “Não é uma questão de se uma organização será comprometida, mas quando e como ela vai lidar com isso.”

Apesar da perspectiva geral positiva para a região, os resultados preliminares globais da Commvault para o terceiro trimestre fiscal de 2023, encerrado em 31 de dezembro, indicam que as receitas caíram 4%, para US$ 195 milhões, com um prejuízo líquido de US$ 310.000.

“À medida que clientes e prospectos continuam enfrentando uma perspectiva incerta, experimentamos padrões de compra e de taxas de fechamento mais lentos que o esperado. Como resultado, vimos uma retração nos pedidos em dezembro, sobretudo em nosso negócio de software nas Américas”, disse o presidente e CEO da Commvault, Sanjay Mirchandani, em um comunicado.

A receita de software e produtos atingiu US$ 89,6 milhões, queda de 9% em relação ao ano anterior, devido a um mercado corporativo mais fraco do que o previsto e a execução das taxas de fechamento.

No entanto, a receita de serviços da empresa cresceu 2% e a receita recorrente anualizada (ARR) aumentou 14%, impulsionada pela Metallic, principal plataforma baseada em nuvem do grupo.