De olho na Futurecom

A chinesa Huawei prevê que cerca de 1 milhão de redes privadas serão implantadas em todo o mundo até 2030, sendo que algumas estarão disponíveis na América Latina.

“Estamos vendo com otimismo o crescimento da arquitetura em torno das redes privadas na região. Manufatura (armazém e logística), indústria portuária e mineração são os três principais segmentos [que impulsionam essa tendência]”, afirmou Carlos Roseiro, diretor de soluções integradas da Huawei, em um painel no evento Futurecom, ocorrido em São Paulo.

A Huawei está trabalhando com os principais players do Brasil, desde fabricantes e integradores até telcos, segundo Roseiro. “Esperamos que no próximo ano já tenhamos no país casos efetivos de redes privadas 5G e 4G, além de B2B.”

Ainda no mesmo painel, Matheus Rodrigues, líder de telecomunicações, tecnologia e mídia da Deloitte Brasil, disse que a indústria 4.0, da qual as redes privadas são peça-chave, “demorou tanto para acontecer que virou buzzword.”

Apesar disso, Rodrigues acrescentou que a Deloitte vem assessorando no desenvolvimento de projetos para mineração no Brasil e saúde, esta última referente à implantação de uma rede aberta de saúde 5G no Hospital das Clínicas de São Paulo.

A Deloitte entregou para o Ministério da Economia um estudo que estima que R$ 101 bilhões (US$ 19,1 bi) podem ser investidos em 5G no Brasil nos próximos três anos. Desse total, R$ 90 bilhões iriam para aplicativos e R$ 10 bilhões para redes. Isto exclui os pagamentos de licenças das telecomunicações.

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A EAF, entidade criada pelas empresas de telecomunicações que venceu o leilão de espectro 5G de novembro para supervisionar os investimentos obrigatórios na licitação, selecionou a Amdocs como consultora para um projeto de criação de duas redes seguras para o governo brasileiro.

Como parte das obrigações incluídas na licitação 5G, as empresas de telecomunicações tiveram que construir uma rede privada e segura exclusivamente para uso do governo federal.

Esta rede compreende dois projetos distintos: redes metropolitanas de fibra que atendem órgãos governamentais em cada capital de estado e uma rede móvel na capital federal Brasília.

A Amdocs venceu uma licitação convocada pela EAF e ajudará a entidade com os detalhes técnicos dessas redes e delineará a solicitação de propostas (RFP) para aquisição de equipamentos para ambas as redes, conforme afirmou na Futurecom o presidente da EAF, Leandro Guerra. Essas RFPs deverão ser lançadas no mercado no próximo ano.