Destaque: as prioridades da crescente indústria de armazenamento de energia do Chile

O caminho para implementar a lei de armazenamento de energia do Chile começará com uma revisão da regulamentação principal, de acordo com uma autoridade do Ministério de Energia.

Entre as áreas que podem sofrer mudanças estão aquelas que cobrem a coordenação da operação do sistema, a integração de pequenos ativos de geração (PMGDs no Chile) e os esquemas de pagamento de geração distribuída.

Um ponto de discórdia será a possibilidade de os ativos de armazenamento extraírem ou não energia da rede para carregar suas baterias quando um gerador associado, como um parque eólico, não estiver gerando energia suficiente, apontou Ricardo Gálvez, chefe de regulamentação de mercado do Ministério da Energia, durante um webinar do ATA Insights na última terça-feira (31).

“Isso pode reduzir a capacidade operacional dessas baterias e se tornar um problema em termos da avaliação econômica [dos projetos]. Portanto, precisa ser mudado rapidamente”, disse Gálvez.

A autoridade espera que a atual disparidade do mercado spot entre os preços de injeção diurna e noturna atraia investimentos em armazenamento assim que as regras entrarem em vigor, já que um gerador solar poderá aumentar suas receitas de imediato se for capaz de armazenar energia diurna barata e injetar energia cara à noite.

“Do ponto de vista dos preços do mercado spot, temos custos marginais muito baixos durante o dia e altos à tarde e à noite. Temos uma diferença de preços que supera facilmente US$ 100 todos os dias, então há uma oportunidade relevante nesse sentido”, disse Galvez.

Outra área em que se espera que o armazenamento desempenhe um papel de destaque é no mercado atacadista, onde o armazenamento e as usinas renováveis equipadas com armazenamento podem ajudar a arbitrar preços, oferecer serviços auxiliares e participar do mercado de capacidade, expandindo as possibilidades econômicas e ajudando a estabilizar a rede elétrica.

Claudio Seebach, chefe do grupo comercial de geração Generadoras de Chile, disse à BNamericas na semana passada que o armazenamento era a chave para aliviar o sistema de transmissão cada vez mais tenso da rede elétrica chilena e evitar a redução de energia eólica e solar em áreas de grande congestionamento.

Em outro webinar, nesta quarta-feira (1º), o coordenador da rede do Chile CEN anunciou que estava traçando um caminho para realizar uma licitação aberta dos serviços de regulação de tensão da rede, que precisarão de armazenamento para desempenhar um papel na rede totalmente descarbonizada que o Chile almeja.

“Precisamos preparar a rede elétrica para uma operação com abastecimento 100% renovável até o ano de 2030”, disse Ernesto Huber, diretor executivo do CEN. Espera-se que a licitação desses tipos de serviços melhore a estabilidade e a robustez da rede, acrescentou, e ajude o CEN a gerenciar a crescente complexidade da rede.