Empresas brasileiras de mineração e metais intensificam projetos de energia limpa
As empresas brasileiras de mineração e metais estão aumentando os investimentos em energia limpa em meio à crescente demanda de investidores para que companhias do setor adotem mais práticas ESG e reduzam seus custos fixos de energia.
“Além da crescente demanda por práticas ESG, vejo empresas buscando a autossuficiência energética, e a energia renovável é o caminho. Acredito que muitas empresas com uso intensivo de eletricidade, principalmente siderúrgicas, seguirão esse caminho”, disse à BNamericas Pedro Galdi, analista do setor de metais e mineração da Mirae Asset Wealth Management.
A autossuficiência energética está ganhando força entre as empresas em um momento em que as pressões inflacionárias tornam as medidas de controle de custos mais urgentes.
“A questão energética sempre foi um dos grandes fatores relevantes para o chamado custo Brasil, e é estratégico [para as empresas] ganhar autonomia e competitividade global atuando diretamente nessa vertical”, destacou Valdir Farias, diretor-executivo da consultoria de mineração Fioito, à BNamericas.
A siderúrgica Gerdau, uma das maiores produtoras de aços longos das Américas, anunciou um plano de investir R$ 1,5 bilhão (US$ 278 milhões) em projetos de energia solar e eólica.
Os investimentos serão feitos por meio de sua subsidiária Gerdau Next, que adquiriu 33,3% de participação na Newave Energia. A transação foi realizada em parceria com o fundo NW Capital, que passará a deter 66,7% da nova empresa.
“A operação representa investimento em desenvolvimento de projetos greenfield de geração de energia elétrica com capacidade aproximada de 2,5 GW, exclusivamente a partir de fonte solar ou eólica, com expectativa de início de geração em 2025 e 2026, em projetos brownfield e em atividades de comercialização de energia elétrica”, informou a empresa em um comunicado.
“A operação visa gerar maior competitividade no custo dos negócios do aço e dotar o suprimento de energia limpa para a companhia, e vai na direção do atingimento das metas de redução de emissões de carbono estabelecidas pela Gerdau”, acrescentou.
No início deste mês, a mineradora brasileira Vale também anunciou o início das operações do projeto solar Sol do Cerrado, uma das maiores fazendas solares da América Latina, com capacidade instalada de 766 MW, suficiente para atender às necessidades de 800 mil pessoas.
O projeto estará em plena capacidade até julho de 2023 e foi projetado para suprir 16% da demanda de eletricidade da Vale no Brasil.
Os investimentos da empresa no projeto Sol do Cerrado são estimados em R$ 3 bilhões.
“Sol do Cerrado é um projeto único para a Vale, que traz desenvolvimento local, energia renovável e está ligado à nossa ambição de liderar a mineração sustentável”, disse o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, em nota.
O projeto é mais um passo para a Vale atingir sua meta de reduzir as emissões de carbono em 33% até 2030 e zerar as emissões líquidas até 2050. A Vale espera suprir 100% de suas necessidades energéticas no Brasil com energia renovável até 2025 e no mundo até 2030.
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