First Quantum disposta a trabalhar com novo governo panamenho para resolver problemas judiciais

A canadense First Quantum Minerals afirmou estar disposta a trabalhar com o próximo governo panamenho, que será eleito neste domingo, para resolver os problemas enfrentados por sua principal mina de cobre.

Cerca de três milhões de panamenhos votarão no dia 5 de maio em um novo presidente, que tomará posse no início de julho, juntamente com legisladores e autoridades locais.

A First Quantum suspendeu as operações em sua mina Cobre Panamá depois que a Corte Suprema do país decidiu, no final de novembro, que o contrato operacional era inconstitucional, em meio a protestos massivos contra a operação.

Após a decisão, as autoridades ordenaram o encerramento da mina a céu aberto, embora a empresa e a Câmara de Mineração local, Camipa, argumentem que a decisão da Corte Suprema não estipula o encerramento permanente da Cobre Panamá.

“Em relação às eleições, certamente queremos ver um processo democrático forte. Trabalharemos com qualquer partido vencedor e com qualquer candidato eleito”, disse o CEO da First Quantum, Tristan Pascall, durante a teleconferência de resultados sobre o primeiro trimestre da empresa.

“E o contexto em torno disso será enfrentar os desafios relativos à mina, e também os desafios para o país”, acrescentou Pascall, dizendo que a empresa abordará essas conversas com humildade e trabalhará para resolver a situação em benefício do povo panamenho.

A empresa sediada em Toronto acredita que conseguirá obter a licença para retirar o cobre já extraído da mina após as eleições de domingo.

Aproximadamente 121 mil toneladas de concentrados de cobre permanecem no porto de Rincón. A empresa disse que foi informada pelo procurador-geral, no dia 29 de janeiro, que o minério extraído nas concessões fornecidas em conformidade com o código mineiro pertence à concessionária. O envio do concentrado está incluído no plano de preservação e gestão segura (P&SM) que está sendo executado pela mineradora.

“Em relação às 121 mil toneladas de concentrados que estão paradas no porto e a data que serão liberadas, compreendemos, pelos comentários recentes do Ministro do Comércio, que eles estão analisando atentamente o plano P&SM e que ele gostaria de ver isso aprovado antes da eleição”, disse Pascall.

“Obviamente, faz parte no contexto da política eleitoral e dos fortes debates em torno disso. Portanto, é possível que isso ocorra após as eleições. Teremos apenas que esperar e ver qual será o momento”, acrescentou.

A mineradora disse em seu relatório do primeiro trimestre que, excluindo despesas únicas de demissão de funcionários, os custos do plano P&SM no trimestre foram de cerca de US$ 20 milhões por mês, o que incluiu mão de obra, peças sobressalentes de manutenção, serviços de empreiteiros, eletricidade e outras despesas gerais.

Para o restante do ano, a First Quantum projeta despesas para P&SM que oscilam entre US$ 15 milhões a US$ 20 milhões, dependendo do nível de estabilidade ambiental e programas de integridade de ativos.

A Cobre Panamá está em litígio sobre a decisão da Corte Suprema e a ordem do presidente Laurentino Cortizo de fechar a mina.

“Para proteger nosso investimento no Panamá, continuamos avançando com nossos dois processos de arbitragem, sendo o Acordo de Livre Comércio entre Canadá e Panamá e a cláusula de arbitragem do contrato de concessão renovado”, assinalou o CEO.

“No entanto, como temos afirmados consistentemente, a arbitragem não é a nossa solução preferida, permanecemos comprometidos com o Panamá e somos parte de uma solução de longo prazo que proporcione o melhor resultado para o país e o povo panamenho”, destacou Pascall.

Embora um novo governo possa mudar o destino da mina, a maioria dos panamenhos parece demonstrar oposição à atividade de mineração.

A Cobre Panamá produziu 330.863 toneladas de cobre em 2023, uma queda de 5,6% em relação a 2022, além de uma produção baixa de ouro. Não produziu cobre ou ouro no primeiro trimestre.