
Mineradoras brasileiras investirão US$ 50 bi até 2027
O capex combinado das empresas de mineração do Brasil deve chegar a US$ 50 bilhões em 2023-27, superando os US$ 40,4 bilhões de 2022-26, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
A entidade divulgou as previsões em entrevista coletiva nesta terça-feira (7).
Os números representam o maior nível de investimento projetado para esse período desde 2014-18, quando o capex totalizou US$ 53,6 bilhões.
Embora o minério de ferro permaneça como o segmento dominante em termos de investimentos, outros segmentos estão ganhando espaço, incluindo cobre e níquel.
“O cobre e o níquel são materiais que obviamente estão em demanda com a questão das baterias e a transição energética, mas já havia sinais de expansão antes disso”, disse à BNamericas Valdir Farias, diretor executivo da consultoria de mineração Fioito. O cobre tem tido grande demanda devido ao seu uso em equipamentos eletrônicos como computadores, celulares, tablets e smartphones.
O minério de ferro, principal produto de mineração do país, deve receber investimentos de US$ 16,9 bilhões até 2027, um aumento de 24% em relação aos US$ 13,6 bilhões em 2022-26, segundo o Ibram.
Espera-se que o cobre receba investimentos no valor de US$ 4,47 bilhões, mais do que o triplo em comparação com o período de cinco anos anterior. E projeta-se alta de 60% no caso do níquel, para US$ 2,38 bilhões.
Além disso, US$ 5,22 bilhões serão destinados a investimentos em fertilizantes, US$ 4,96 bilhões em bauxita e US$ 2,80 bilhões em ouro.
Para 2023-27, o Ibram também destacou fortes investimentos esperados em logística (US$ 4,44 bilhões) e práticas ESG (US$ 6,5 bilhões).
“A maioria destes investimentos será provavelmente financiada pelo próprio fluxo de caixa das empresas e uma parcela significativa, mas menor, será financiada com injeções de capital dos acionistas existentes.” afirmou Julio Nery, diretor de sustentabilidade e regulamentação do Ibram, em resposta a uma pergunta da BNamericas.
Segundo Nery, a maior parte dos investimentos em logística será na Bahia, onde a Bahia Mineração (Bamin) está investindo na expansão da ferrovia Oeste Leste (FIOL) e na construção de um complexo de terminais portuários denominado Porto Sul.
A Bamin é uma subsidiária do cazaque Eurasian Resources Group.
Também respondendo a uma pergunta da BNamericas, o presidente do Ibram, Raul Jungmann, explicou que a associação está em negociações avançadas com a operadora de bolsa brasileira B3 para criar mecanismos que permitirão ao mercado de capitais local financiar mais projetos de mineração.
“Atualmente, mais de 70 empresas com atuação no Brasil financiam seus projetos por meio da Bolsa de Valores do Canadá, e no mercado local há menos de 10 mineradoras listadas”, disse ele.
Dos investimentos previstos para 2023-27, 82% estarão concentrados em três estados, com o Pará recebendo US$ 13,9 bilhões, Minas Gerais US$ 11,4 bilhões e a Bahia US$ 10,2 bilhões.
NOVOS IMPOSTOS
O Ibram também alertou que os planos de investimentos esperados enfrentam desafios, já que nos últimos meses vários estados criaram novos impostos sobre a mineração.
O setor de mineração é fundamental para a economia do país, especialmente quando a recessão se aproxima, e mudar as regras do jogo afeta a previsibilidade e a segurança jurídica, segundo Jungmann.
“Existe um grande risco de queda nas projeções de investimentos, assim como na expansão sustentável da mineração legal”, acrescentou.
Juliano Jorge Boraczynski, presidente da empresa de exploração mato-grossense Metamat, disse à BNamericas que os novos impostos beneficiam os estados tanto na arrecadação de impostos quanto no exercício de maior controle sobre as mineradoras.
Em dezembro, os deputados estaduais do Mato Grosso aprovaram o imposto TFRM sobre exploração e exploração de recursos minerais, que entrará em vigor em 1º de abril. O governo do estado espera arrecadar R$ 200 milhões (US$ 38,4 mi) por ano com o novo imposto.
PERSPECTIVA DE RECEITAS
“Ainda há muitas incertezas em relação ao desempenho da economia chinesa e global, então provavelmente veremos um desempenho do setor de mineração brasileiro muito semelhante ao que vimos em 2022”, disse Jungmann.
O setor registrou receita de R$ 250 bilhões (US$ 48,4 bi) no ano passado, queda de 26%, enquanto a produção caiu 12%, para 1,05 bilhão de toneladas.
As principais razões para a desaceleração foram as medidas de lockdown contra o Covid-19 na China, que reduziram a produção de aço e os estoques de minério de ferro nos portos chineses.
A China é o principal comprador de minério de ferro, manganês e nióbio do Brasil; a segunda maior de cobre, pedra natural e revestimentos ornamentais; a quarta maior de alumínio; e a quinta maior em termos de caulim.
O setor de mineração brasileiro encerrou o ano passado com 204 mil empregos diretos, ante 198 mil em 2021.
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