New Fortress Energy avança com projetos mexicanos de GNL

Espera-se que o plano da New Fortress Energy, com sede nos EUA, de construir um centro de exportação de GNL offshore mexicano na costa de Altamira, no estado de Tamaulipas, tenha seu processo de licenciamento concluído no início de 2023.

Em sua teleconferência de resultados do terceiro trimestre, a NFE disse que assinou um acordo definitivo para construir até três barcaças flutuantes de gás natural liquefeito (GNLF) em parceria com a concessionária federal de energia CFE, para a qual teve o “apoio vocal” das agências de licenciamento do país e do Presidente Andrés Manuel López Obrador.

Com cada barcaça tendo capacidade de processamento de 1,4 MMt/ano, o projeto pode atingir uma capacidade total de 4,2 MMt/ano.

A NFE acredita que o projeto criará sinergias com as necessidades da CFE, permitindo-lhe aumentar a utilização do gasoduto marítimo de 2,6 Bf³/d (bilhões de pés cúbicos por dia) Sur de Texas-Tuxpan, e permitindo-lhe vender parte da produção de GNL nos mercados internacionais.

“Entendemos que há discussões ativas para expandir essa capacidade para um pouco acima de 3 Bf³/d”, disse o diretor administrativo Andrew Dete. “Os registros públicos indicam que o uso histórico do gasoduto está em torno de 20%. O que estamos realmente fazendo aqui é resolver um problema do CFE, que é ajudá-los com alguns dos custos do transporte da empresa, e também ser um parceiro deles à medida que comercializamos o GNL globalmente.”

A primeira unidade de GNLF já está sendo construída e deve ser concluída em março, disse a empresa. O processo de licenciamento também deve ser concluído no início do próximo ano, com o projeto potencialmente iniciando as operações em meados de 2023.

“No negócio de GNLF, há duas coisas que importam: uma é construir a unidade e a outra é ter um lugar para colocá-la”, disse o CEO Wes Edens. “Sentimo-nos muito bem com a nossa situação no México e sentimos que esta é a primeira de muitas oportunidades diferentes que temos por lá.”

A empresa também planeja criar um segundo hub de GNLF em parceria com a petrolífera nacional Pemex. Lá, em vez de usar o gás texano disponível, ela irá liquefazer a produção planejada de águas profundas da Pemex no campo de Lakach, na costa do estado de Veracruz.

Os planos da Pemex para o campo, que interrompeu suas atividades em 2016 e não atingiu a produção comercial, após anos de investimento, envolve investir US$ 1,16 bilhão para completar seis poços na área, com o objetivo de iniciar a produção no próximo ano. A empresa espera que a produção atinja cerca de 1,8 Bf³/d em seu pico.

“O desenvolvimento em que estamos trabalhando com a Pemex será a primeira vez que compramos gás diretamente de um poço produtivo offshore. Achamos que as implicações para o longo prazo são extraordinárias”, disse Edens.

Como as barcaças de GNL offshore podem estar localizadas perto dos locais de produção, elas podem valorizar o gás “verdadeiramente encalhado”, acrescentou.