O grande potencial das concessões de parques públicos brasileiros

Como as concessões de parques no Brasil estão se tornando mais difundidas, os investidores precisam equilibrar risco e recompensa.

“Existe uma zona de risco ainda não muito bem definida em relação aos parques nacionais, porque as empresas que os assumem não podem se preocupar apenas com o aumento de receita: devem também se comprometer com a preservação ambiental. E se o número de visitantes destes parques cresce demais, em algum momento a questão da conservação pode falhar”, disse à BNamericas Paulo Dantas, especialista em infraestrutura e financiamento de projetos do escritório de advocacia Castro Barros Advogados.

“O ecoturismo no Brasil ainda é uma fração do que existe nos EUA, por exemplo, onde há dimensões e atrativos semelhantes aos do Brasil. Porém, existe outro grande potencial dessas concessões que ainda não está claramente captado: as receitas que poderiam ser gerado por meio de créditos de carbono e operações de manejo florestal”, afirmou João Cortez, sócio da consultoria de infraestrutura Vallya, à BNamericas.

O BNDES estruturou novas concessões de parques, à medida que as autoridades buscam reduzir custos enquanto promovem o ecoturismo e a conservação. A lista completa dos 192 projetos de parques do BNDES está disponível aqui.

Em janeiro, a Prefeitura do Rio de Janeiro pediu ao banco a estruturação da concessão de sete parques. Em março de 2022, o BNDES autorizou uma concessão de 30 anos para o Parque Nacional do Iguaçu (na foto) ao consórcio Novo PNI, que pagou R$ 375 milhões (US$ 75 mi) e compreende as construtoras Construcap e Grupo Cataratas, das quais é acionista a empresa de capital privado Advent.

As concessões podem desacelerar, no entanto, uma vez que o Ministério do Meio Ambiente analisará os projetos estruturados antes de avançar com qualquer leilão.