Panorama do mercado argentino de lítio

As autoridades argentinas apostam fortemente no lítio como motor de crescimento e gerador de exportações.

“A Argentina está posicionada como um país chave no contexto da transição energética para as energias verdes, porque o mundo vai precisar cada vez mais de lítio para o armazenamento de energia”, disse Pamela Morales, subsecretária de desenvolvimento de mineração, durante o evento Argentina & Latam Lithium Summit, realizada em Buenos Aires.

A Argentina produziu 33 mil toneladas de carbonato de lítio em 2021 e ocupa o quarto lugar na produção.

A mineração representou 4% das exportações no ano passado – cerca de US$ 3,2 bilhões – e deve chegar a US$ 4 bilhões neste ano.

No acumulado dos primeiros 10 meses de 2022, o lítio foi responsável por exportações de US$ 539 milhões, crescendo 225% em relação ao ano anterior e representando 17% do total das exportações da mineração.

No entanto, a Argentina fica atrás da região. “Não estamos aproveitando nosso potencial”, acrescentou Morales, que acrescentou que a mineração poderia aproveitar diversificando a matriz produtiva com mais indústria e mais desenvolvimento de fornecedores.

Ela indicou que as exportações de lítio devem crescer exponencialmente para um valor de US$ 6,1 bilhões até 2025.

“Prevê-se que, com as obras em andamento, a produção atual possa aumentar seis vezes nesta década”, disse Jorge González, diretor nacional de fomento e economia da mineração do Ministério do Desenvolvimento Produtivo.

O lítio tem mais de US$ 5 bilhões anunciados em projetos, sendo que em 2020 foram investidos cerca de US$ 85 milhões, segundo dados de González.

Dos 119 projetos de mineração na Argentina, em diferentes estágios, 38 correspondem ao lítio.

No ano que vem, três projetos na Argentina adicionarão 75 mil t/a de carbonato de lítio. Esses projetos têm um investimento total de US$ 1,4 bilhão.

M&A

González destacou que 96% das aquisições e fusões no setor de mineração estão relacionadas ao lítio.

Ele explicou também que nos últimos anos tem havido “muita variação na composição da propriedade dos projetos de lítio”, destacando-se a entrada de empresas de origem chinesa.

Segundo dados de setembro do Ministério de Minas, desde 2020 os investimentos chineses no setor somaram US$ 2,62 bilhões. As empresas chinesas Jiangxi Ganfeng Lithium, Hanaq Group, Tsingshan Holding Group e Zangge Mining Group participam de nove projetos de mineração na Argentina, seis dos quais são de lítio