Pemex e CFE mantêm alta carga de dívida em meio ao avanço dos investimentos

As empresas de energia mexicanas continuam mantendo níveis significativos de endividamento em uma tentativa de investir mais em projetos importantes, de acordo com os últimos relatórios financeiros.

Tanto a gigante de petróleo e gás Pemex quanto a concessionária pública CFE aumentaram consideravelmente seus investimentos de capital no ano passado, financiados em parte por contribuições diretas do Estado e em parte por dívidas, de acordo com o instituto mexicano de concorrência IMCO.

A CFE aumentou sua dívida total em 13%, para 448 bilhões de pesos (US$ 22 milhões), entre 30 de junho de 2021 e a mesma data de 2022, enquanto a dívida de curto prazo cresceu 85%, chegando a 70,5 bilhões de pesos.

No início deste ano, a CFE apresentou planos de investir 125 bilhões de pesos ao longo de 2022, em comparação com 65,8 bilhões de pesos em 2021.

A medida faz parte de um aumento de capital para os segmentos de distribuição e transmissão, e especialmente para geração de energia, onde o investimento aumentará de 40 bilhões de pesos para 79 bilhões de pesos, segundo a empresa. A CFE planeja manter o investimento alto até 2024 e, depois disso, retornaria a níveis mais normais.

A Pemex, por outro lado, viu sua dívida cair ligeiramente para 2,16 trilhões de pesos (US$ 108 milhões) no mesmo período, uma queda de 5,3%, enquanto o investimento totalizou 226 bilhões de pesos, o maior valor para o primeiro semestre desde 2012.

A petroleira nacional está enfrentando um calendário de pagamentos difícil este ano, com 19,5% de sua dívida total (421 bilhões de pesos) prestes a expirar. Diretamente, o pagamento equivaleria a cerca de 28% do faturamento total. A empresa busca refinanciar parte da carga da dívida, mas também espera apoio do governo.

O rating da CFE foi rebaixado pela Moody’s em julho para “Baa2”, enquanto sua perspectiva foi alterada de negativa para estável. A Pemex, por sua vez, teve sua perspectiva alterada de negativa para estável em abril pela HR Ratings, devido a uma mudança no rating de crédito soberano do México.