
Perdas e desabastecimentos econômicos não dão trégua em meio à crise peruana
Os protestos e bloqueios contra o governo da presidente do Peru, Dina Boluarte, causaram perdas econômicas que já ultrapassam 2,15 bilhões de soles (US$ 550 milhões) e nenhuma aproximação para o diálogo foi observada.
Embora o Executivo tenha ratificado a antecipação das eleições gerais para abril de 2024 – a data original era abril de 2026 –, até agora não se sabem detalhes do processo, como os prazos para apresentação de candidaturas e as datas do primeiro e segundo turnos.
Isso aprofundou o descontentamento popular e pede a saída de Boluarte, que assumiu a presidência em 7 de dezembro, depois que o esquerdista Pedro Castillo foi deposto pelo Congresso.
A violência já matou mais de 60 pessoas e o governo interveio recentemente – à força – na Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNSM), em Lima, onde manifestantes das regiões peruanas se reuniram para protestar na capital. O que foi percebido como uso excessivo da força pode abrir precedente para novos protestos e agravamento da situação.
Segundo o Ministério da Economia e Finanças (MEF), o PIB do primeiro trimestre deverá crescer 2% se persistirem os conflitos sociais. A estimativa anterior era de 2,5%.
CRISE
Até 23 de janeiro, as perdas econômicas totalizaram 1,15 bilhões de soles e superaram as relatadas em dezembro de 2022, de 1 bilhão. O impacto da suspensão das atividades de mineração nas regiões do sul do Peru, onde se concentram os partidários de Castillo, será conhecido em breve.
O Scotiabank cortou recentemente sua estimativa de crescimento para a produção de cobre peruana em 2023 de 12% para 11% e não descarta revisar os números para baixo se os conflitos persistirem. O BBVA Research está revendo os números dado o prolongamento da crise. Por sua vez, a Moody's Analytics indicou que o PIB peruano pode crescer abaixo de 1,9% em 2023.
O abastecimento de insumos e o transporte de mercadorias constituem um grande problema. São mais de 130 estradas com acesso restrito ou totalmente bloqueado, o que está gerando escassez de produtos básicos. Na região de Madre de Dios, localizada na selva central, um botijão de 10 kg de gás liquefeito de petróleo custa hoje 200 soles, sendo que o preço costumava oscilar entre 40 e 60 soles.
Da mesma forma, o regulador de investimentos em mineração e energia, Osinergmin, informou que na região existem estabelecimentos sem estoques de combustível e 17 caminhões-pipa com 149.550 galões de diesel e gasolina estão impedidos de serem mobilizados.
Esses bloqueios – com igual ou menor intensidade – se repetem em várias regiões do sul. Embora a inflação geral tenha permanecido em 8,5% entre novembro e dezembro, os preços de alimentos e energia subiram 11,8% e 12%, respectivamente, segundo o Banco Central. De acordo com o MEF, a inflação anual medida em janeiro deve oscilar entre 8,5% e 9%. Isso levará o ente monetário a elevar as taxas de juros e dificultará o retorno ao intervalo da meta de inflação – 1-3% – até o final do ano.
ANÁLISE
A divulgação completa das eleições de abril de 2024 é necessária para reprimir os protestos. Isso não aconteceu e parte da população percebe que Boluarte quer se manter no cargo. “O fato de não ter uma data 100% definida faz com que o país careça de um roteiro. Em épocas eleitorais [definidas], o descontentamento é canalizado através de um espaço político”, disse José Carlos Requena, sócio da consultora Público e assessor de questões anticorrupção.
A intervenção no UNSM foi percebida como um excesso no plano internacional e os planos para reativar a economia permanecerão no ar enquanto persistirem os bloqueios.
Quando a crise começou, após a demissão de Castillo, chegou-se a propor a antecipação das eleições para dezembro de 2023 como saída para o problema. Embora a proposta não resolva os questões estruturais que colocam o Peru em “coma político” – sete presidentes nos últimos oito anos –, ela começa a ser percebida como uma possível alternativa para dar um respiro ao país.
“Neste momento, acho que as reformas são secundárias. O fundamental é ter certeza dos processos. [...] Ter eleições em algum momento de 2023 talvez acalme um pouco as ruas, mas para isso é preciso persuadir um Congresso bastante insensível. Ninguém está fazendo isso”, acrescenta Requena.
Javier Albán, jurista constitucional e analista eleitoral, argumenta que adiantar as eleições para dezembro de 2023 não garante que a situação política se acalme, mas é mais provável que isso aconteça do que realizá-las em 2024. “No curto prazo, existe a chance de ser uma válvula de escape, que é o que se precisa agora para aliviar parte do protesto”, disse Albán à BNamericas.
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