Queima de gás da Pemex nos campos de Quesqui e Ixachi gera polêmica

Relatos de queima ilegal de grandes quantidades de gás e condensado em dois dos campos de crescimento mais rápido operados pela gigante mexicana de petróleo e gás Pemex causaram polêmica.

Documentos internos vazados do “regulador de petróleo do país” (embora não nomeados, presume-se que se refiram ao regulador de hidrocarbonetos CNH) supostamente mostram que a Pemex queimou uma produção estimada em US$ 342 milhões em seus principais campos de Ixachi e Quesqui nos três anos anteriores até agosto de 2022, de acordo com uma reportagem da Reuters.

A questão, que surge quando as plantas de processamento dos campos ficam sobrecarregadas com sua produção, tem sido uma preocupação de longa data da imprensa e de grupos de defesa do meio ambiente. A empresa foi multada em 42 milhões de pesos (US$ 2 milhões) pela CNH por quebrar as metas de emissões em Ixachi, em agosto do ano passado.

A Pemex sempre fez promessas de minimizar ou acabar com a queima. Em novembro do ano passado, o CEO Octavio Romero Oropeza disse que a empresa reduziria gradualmente a prática em Ixachi ao longo de 2023, à medida que a nova planta de processamento de Papan entrasse em operação e atingisse a capacidade total.

A PEP, braço de exploração e produção da Pemex, lançou nesta terça-feira (17) licitação para contratação de serviços de verificação do cumprimento dos planos ambientais aprovados para suas atividades.

Em Ixachi, a Pemex supostamente queimou 31% do gás total produzido, ou 62,9 Bf³ (bilhões de pés cúbicos), além de 310 mil b de condensado, informou a Reuters.

A Pemex está em meio a uma tentativa ambiciosa de aumentar sua produção, especialmente de gás natural. Ixachi e Quesqui, juntamente com o campo legado Tupilco Profudo, que foi revivido por spudding em profundidades muito menores, estão na vanguarda dessa estratégia.

Até o final de 2023, a Pemex espera que os três campos produzam 2,2 Bf³/d (bilhões de pés cúbicos por dia), o que representaria um crescimento de 60% em relação à produção média estimada para dezembro de 2022.