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Raio-x: integração energética Argentina-Brasil

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Raio-x: integração energética Argentina-Brasil

As exportações argentinas de eletricidade para o Brasil caíram este ano, mas as importações aumentaram rapidamente.

Argentina e Brasil assinaram recentemente um memorando de entendimento para estender até 2025 um acordo de troca de eletricidade que expira em dezembro.

Uma grande mudança no acordo é a implementação de um sistema de pagamento bilateral empregando moedas locais.

Um dos principais objetivos da Argentina é garantir a eletricidade brasileira durante os meses mais frios no hemisfério sul, bem como reduzir a dependência de combustíveis líquidos importados caros para a geração termelétrica.

As exportações argentinas de eletricidade para o Brasil caíram para cerca de 28 GWh este ano, após dois anos de vendas recordes em meio a uma seca que afetou a produção brasileira de hidrelétricas.

A Argentina tem dois enlaces transfronteiriços operacionais com o Brasil e três com o Uruguai (um deles através da hidrelétrica de fronteira de 1,89 GW Salto Grande), um com o Chile, um com a Bolívia e três com o Paraguai (um deles através da usina hidrelétrica de fronteira Yacyretá, de 3,2 GW).

Os links Argentina-Brasil são Paso de los Libres-Uruguaiana, de 132 kV e 50 MW, e Rincón Santa María-Garabí, de 500 kV e 2,2 GW, de acordo com um relatório de interconexão de energia de 2021 da comissão regional de integração energética Cier.

A Argentina também fornece gás natural ao Brasil por meio de um gasoduto que se conecta a uma usina termelétrica.

COMÉRCIO DE ELETRICIDADE ARGENTINA-BRASIL

As exportações de eletricidade argentina para o Brasil aumentaram em 2020 e 2021, de acordo com a Cammesa, administradora do mercado atacadista de energia, atingindo níveis não vistos desde pelo menos 2002 (446 GWh), já que a seca afetou a produção hidrelétrica no Brasil.

2021
Exportações argentinas para o Brasil: 3,79 TWh
Importações argentinas do Brasil: 43,7 GWh

2020
Exportações argentinas para o Brasil: 2,62 TWh
Importações argentinas do Brasil: 349 GWh

2019
Exportações argentinas para o Brasil: 261 GWh
Importações argentinas do Brasil: 212 GWh

2018
Exportações argentinas para o Brasil: 267 GWh
Importações argentinas do Brasil: 0,2 GWh

2022

As exportações argentinas de eletricidade para o Brasil caíram este ano para 28 GWh, à medida que a produção hidrelétrica brasileira aumentou em meio a melhores condições hidrológicas e adoção de estratégias de gerenciamento de água.

Mas as importações de energia brasileira dispararam para 3,7 TWh, as maiores desde, pelo menos, 2002.

Até outubro, as exportações para o Chile, Paraguai e Uruguai totalizaram 3,1 GWh, enquanto as importações ficaram em torno de 1,4 TWh, com cerca de 1,3 TWh do total vindo do Uruguai.

No acumulado de janeiro a outubro, a Argentina exportou 31 GWh e importou 5,16 TWh.

GÁS NATURAL

Em termos de gás, a Argentina e o Brasil estão conectados pelo duto Aldea Brasilera-Uruguaiana, de 24 polegadas e 2,8 MMm³/d.

Nenhum gás foi exportado pelo gasoduto até agora este ano, de acordo com dados do regulador do setor de gás Enargas.

No ano passado, a Argentina exportou 200 mil m³/d para o Brasil em outubro e 40 mil m³/d em fevereiro.

O Chile é o maior comprador de gás argentino, importando 8,35 MMm³/d em outubro, alta de 42% em relação ao ano anterior. O Uruguai importou 300 mil m³/d, alta de 5%.

A Argentina está trabalhando para aumentar a produção de gás natural para ajudar a substituir importações caras e apoiar o desenvolvimento de uma indústria exportadora de gás firme durante todo o ano. Um gasoduto de transporte de gás projetado para aliviar um gargalo de despacho está em construção e deve entrar em operação em meados de 2023, se o projeto avançar conforme planejado.

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