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Sem grandes subsídios, o que a América Latina pode fazer para aproveitar a onda do hidrogênio limpo?

Bnamericas

Na esfera do desenvolvimento do hidrogênio, a América Latina pode não ter a força dos subsídios das regiões desenvolvidas, mas ainda assim tem opções e ferramentas para ajudar a colocar a indústria em funcionamento.

O trunfo do hidrogênio na América Latina passa pelos grandes recursos solares e eólicos e o potencial nesses segmentos, fundamentais para reduzir os custos de produção. Mas só isso não é suficiente para o desenvolvimento da indústria.

“Há muitos truques que poderíamos usar para maximizar nossas oportunidades”, disse Christiaan Gischler, especialista em energia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), citando como exemplos os fundos climáticos – um tipo de financiamento subsidiado – e a reorientação e adaptação da infraestrutura existente. “No início, precisamos de impulsos de todos os lugares”, disse ele.

Gischler se referiu à agência estatal chilena de desenvolvimento Corfo, que, em conjunto com multilaterais, entre eles o BID, desenvolveu uma linha de crédito de US$ 1 bilhão, concebida para ajudar a eliminar o risco de projetos e reduzir o custo de capital.

Ele acrescentou que seria necessário ter alguma forma de subsídio na América Latina nas fases iniciais para ajudar a colocar a indústria em operação. “Mas não podemos contar com subsídios para sempre, porque eles são muito caros para a região.” Os Estados Unidos e, mais recentemente, a Austrália anunciaram grandes esquemas de subsídios.

Para Hans Kulenkampff, diretor da Hinicio para a América Latina, uma empresa internacional de consultoria estratégica e técnica especializada em hidrogênio e derivados, o custo era um fator-chave, mas não o único.

Durante um webinar realizado antes da conferência de hidrogênio H2LAC 2024, sediada na capital chilena, Santiago, de 5 a 7 de junho, ele citou a importância do tempo de chegada ao mercado, da agilidade e de ter a produção pronta para quando a demanda exigir.

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Sobre os projetos que buscam serviços de consultoria, Kulenkampff afirmou que, de cada 10, cerca de cinco envolvem amônia, dois metanol e dois combustível de aviação sustentável (SAF). O interesse em metanol e SAF tem aumentado.

Um tema recorrente citado no webinar foi a necessidade de ter processos de licenciamento eficientes, juntamente com programas de envolvimento das comunidades, para facilitar o avanço dos projetos.

Bernd Heid, sócio sénior dos escritórios de Colônia, Alemanha, da empresa de serviços profissionais McKinsey & Company, reforçou a importância de minimizar os requisitos de investimento futuros e de atualizar a infraestrutura existente para a utilização de hidrogênio e seus derivados.

“Temos muita infraestrutura”, disse Heid. “Pense em dutos, portos, contêineres.”

O desembolso global atual de US$ 150 bilhões para dobrar a quantidade de infraestrutura associada evitaria o gasto de US$ 3,7 trilhões no futuro, segundo informações apresentadas aos participantes.

Gischler destacou esse fato. “Precisamos realmente analisar o que já temos, em termos de infraestrutura existente que pode ser reutilizada, reaproveitada e reequipada para essa indústria”, disse ele, citando como exemplo os gasodutos entre o Chile e a Argentina e entre a Argentina e o Uruguai.

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Na região, Chile, Brasil, Uruguai e Colômbia estão na vanguarda do hidrogênio verde.

Quase 60% da capacidade instalada de geração de energia da região vem de energias renováveis, o que garante uma vantagem sobre outras regiões, tanto em termos de disponibilidade quanto no custo necessário para produzir hidrogênio verde através de eletrólise.

A América Latina também tem acesso aos oceanos Atlântico e Pacífico, permitindo rotas marítimas diretas para os mercados da Europa e da Ásia, onde se espera que a demanda cresça em um ritmo exponencial. A Europa, impulsionada pelas regulamentações, e o Japão e a Coreia do Sul, movidos pela busca por energia descarbonizada, ganharam destaque no radar de oportunidades da América Latina. No entanto, não faltam desafios e o caminho para uma economia próspera do hidrogênio está repleto de obstáculos.

O banco de dados de projetos da BNamericas contém cerca de 60 projetos em fase de desenvolvimento, dos quais dois estão em construção.

Uma planta de demonstração de e-fuels, Haru Oni, está em operação no Chile.

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