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Como a Statkraft vê o mercado peruano

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Como a Statkraft vê o mercado peruano

O setor energético do Peru passa por um momento de mudanças regulatórias e legislativas, além da introdução de novos combustíveis como o hidrogênio verde.

Para saber mais sobre esse panorama, energia solar e hidrelétrica, preços e outros assuntos, a BNamericas entrevistou Juan Antonio Rozas, gerente da Statkraft Peru, empresa norueguesa que desenvolve e opera projetos de energia renovável.

BNamericas: Com nove usinas hidrelétricas no Peru e capacidade total de 450 MW, quais são os planos da Statkraft no país? Vocês pensam em investir nelas, desenvolver ou adquirir mais hidrelétricas ou vender algumas unidades?

Rozas: Nossa meta de curto prazo é focar basicamente no ativo circulante. Os planos de crescimento vão depender dos sinais dados pelo mercado, da transição energética para um mundo mais renovável e com maior eletrificação, além da estabilidade política do país. Temos a ambição de crescer tanto em energia solar como eólica, mas isso dependerá das condições mencionadas anteriormente.

BNamericas: O que aconteceu com o plano da empresa de expandir a tecnologia solar no Peru? Sei que a empresa tem um laboratório para esta tecnologia e que estava desenvolvendo o projeto Malpaso, de 31,1 MWp.

Rozas: Iniciamos a operação de um laboratório solar localizado a mais de 3.900 metros acima do nível do mar, com uma potência total de 40 kWp, no qual estamos testando o desempenho de quatro tecnologias de painéis solares e o comportamento de dois tipos de inversores. Com os resultados desta pesquisa, será possível desenvolver projetos solares com eficiência nos Andes e, como indicado, uma unidade em Malpaso maior que 30 MWp.

BNamericas: Voltando à questão regulatória e legislativa, como você avalia o trabalho da Comissão Multissetorial de Reforma Elétrica (CMRE) e o que você espera desse processo? Quais questões devem ser prioritárias?

Rozas: Em relação ao trabalho da CMRE, é uma tarefa necessária que permite a todos os agentes do setor analisar as mudanças necessárias para melhorar a regulamentação do setor elétrico, a fim de corrigir os problemas identificados e adequar a regulação às novas tecnologias que promoverão o desenvolvimento do setor.

Acreditamos que as questões devem ser priorizadas, nesse sentido, a melhoria do procedimento de licitação para fornecimento de eletricidade deve ser abordada para promover a inclusão de novas fontes de geração de recursos energéticos renováveis em condições de mercado (sem qualquer tipo de subsídio). Dentro dessa discussão, o marco regulatório também deve ser trabalhado para ter mercados competitivos de potência e energia independentes, de modo que facilite a inclusão de usinas renováveis como as solares.

BNamericas: A Statkraft era a favor de uma modificação na declaração de preços de gás natural para geração de energia. Um ano depois da aprovação pelo órgão regulador de investimentos em energia (Osinergmin), vocês viram algum efeito na operação do setor?

Rozas: A declaração de preços de gás natural foi eliminada em julho de 2021 e seu efeito tem sido positivo no sistema, pois o sinal de preço não é corrigido apenas em curto prazo, mas também em longo prazo, o que é importante para o investimento em novos projetos de geração elétrica. Com o esquema de declaração de preços, as usinas que utilizam gás natural tiveram o incentivo de adotar um comportamento especulativo, deprimindo artificialmente o preço da energia.

Uma questão que ainda precisa ser corrigida é a das inflexibilidades operacionais. As usinas de ciclo combinado declaram que, para sair de serviço (quando o despacho eficiente não exige mais o uso dessas centrais), elas precisam operar por sete dias com carga mínima. Essa situação faz com que as usinas hidrelétricas despejem água em épocas de cheias para que as usinas térmicas permaneçam em operação, situação que causa custos excessivos e uso ineficiente dos recursos de gás, além de deprimir artificialmente os custos de energia no mercado atacadista de eletricidade.

Esta situação é conhecida pelos órgãos reguladores há muitos anos, mas até o momento não há solução a esse respeito, embora a prática internacional demonstre que esses períodos de desligamento das usinas de ciclo combinado não são superiores a duas a quatro horas, realidade que mostra que devem ser adotadas medidas imediatas para corrigir esta situação, que não pode continuar sendo adiada.

BNamericas: O Peru, como muitos países da região, está dando os primeiros passos na área do hidrogênio verde. Que perspectiva você vê para o desenvolvimento dessa energia no Peru? A Statkraft espera participar disso?

Rozas: Em relação ao hidrogênio verde, ele terá um papel importante no sistema energético de 2050. Cerca de 10% (9,6%) da demanda global de energia virá da produção de hidrogênio verde em 2050, e mais de 20% para a Europa, segundo o cenário com baixas emissões publicado pela Statkraft em 2021.

Isso se deve à queda nos custos da energia renovável e dos eletrolisadores que tornarão o hidrogênio verde um caso de negócios cada vez mais atraente.

No caso da Statkraft Peru, essa questão ainda não está na agenda, ao contrário do Chile, onde algumas iniciativas estão sendo iniciadas.

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