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Bancos de investimento veem perspectivas financeiras mais difíceis para telcos brasileiras

Bnamericas Publicado: quarta-feira, 18 janeiro, 2023

Os bancos de investimento brasileiros estão projetando um cenário mais difícil para algumas das maiores operadoras de telecomunicações do país neste ano.

Dois deles, BTG Pactual e Bradesco BBI, publicaram relatórios nos últimos dias alertando para o cenário mais adverso.

“Com as taxas de juros devendo permanecer altas em 2023, não esperamos que o lucro líquido da Vivo [Telefônica Brasil] aumente muito em relação ao ano passado, provavelmente levando-a a pagar dividendos mais baixos em 2023 versus a média dos últimos anos”, escreveram analistas do BTG Pactual em um relatório focado na principal empresa de telecomunicações do Brasil.

O banco estima que a Vivo registrará um lucro líquido de cerca de R$ 1,11 bilhão (US$ 213 milhões) no 4º trimestre de 2022, o que seria 57,5% menor do que no ano anterior.

Para 2022 como um todo, o lucro da Telefônica deve chegar a cerca de R$ 4,05 bilhões, representando uma queda de 35% em relação a 2021.

O banco ainda projeta um bom crescimento geral da receita móvel da operadora no quarto trimestre, embora menor do que no mesmo período de 2021.

A Telefônica Brasil deve divulgar seu relatório financeiro do 4º trimestre de 2022 em 16 de fevereiro.

BRADESCO BBI

Em um relatório divulgado na semana passada, analistas do Bradesco BBI disseram que a TIM deve enfrentar pressão nos resultados em 2023 devido ao ambiente macroeconômico desafiador.

O Bradesco BBI rebaixou as ações da TIM de “Outperform” para “Neutral”, mantendo o rating da Vivo em “Neutral”. O banco já havia revisado sua perspectiva para a Vivo (Telefônica Brasil).

“Estamos atualizando nossos modelos para TIM e Vivo, incorporando nossas expectativas para 2023. Em nossa visão, o cenário macroeconômico mais desafiador deve pesar sobre o crescimento da receita e as margens ao longo do ano, que, juntamente com despesas elevadas com juros, provavelmente pressionarão os resultados financeiros do setor”, diz o relatório.

O banco vê o aumento na alavancagem com a aquisição dos ativos da Oi e suas implantações de capex de 5G como uma pressão financeira adicional para esses players.

Alertando para o risco de queda de receita tanto para Vivo quanto para TIM, analistas do Bradesco BBI disseram preferir “evitar exposição ao setor” e, considerando o mercado de tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT), favorecem as ações da Totvs em relação às da TIM e da Vivo.

“Em suma, mantemos a Totvs como escolha favorita entre a nossa cobertura de TMT, já que a empresa deve ser capaz de sustentar um crescimento de dois dígitos em 2023, com menores riscos de revisão de ganhos para baixo”, acrescentou.

A visão do Credit Suisse é semelhante.

Em um relatório publicado na semana passada, o grupo financeiro disse esperar que a Totvs supere o setor de tecnologia em 2023. Segundo analistas do Credit Suisse, a empresa deve se proteger melhor do cenário macroeconômico por ter um portfólio de linhas de negócios “anticíclicas” e robustas.

As unidades de tecnologia financeira e desempenho de negócios da Totvs devem ser seus principais motores de crescimento este ano, enquanto a linha de software ERP, maior segmento de receita da Totvs, deve exibir um crescimento menor.

Alavancagem e capex

No relatório do Bradesco BBI, os analistas do banco observam que a alavancagem da TIM aumentou nos últimos 12 meses com a aquisição da Oi, juntamente com as obrigações de leasing associadas. Isso, somado às taxas de juros mais altas no Brasil, levou os analistas a esperar que as despesas financeiras pesassem nas operações da TIM em 2023.

Em suas novas previsões, o Bradesco BBI projeta que o capex da TIM para o ano de 2023 atingirá aproximadamente R$ 6,25 bilhões, abaixo dos R$ 6,45 bilhões de sua estimativa anterior, que seria 62,2% menor do que o capex que a empresa deve reportar para 2022.

A TIM deve divulgar seus resultados do 4º trimestre e do ano de 2022 em 9 de fevereiro.

Para 2024, os analistas do Bradesco BBI estimam que o capex da TIM será de aproximadamente R$ 6,53 bilhões.

Quanto à Vivo, a estimativa revisada de capex do banco para 2023 é de R$ 12,6 bilhões (abaixo dos R$ 12,7 bilhões anteriores), valor 33,7% menor do que o capex esperado da empresa para 2022.

O capex da Vivo em 2024 está previsto para ultrapassar R$ 13 bilhões.

FITCH

A agência de ratings Fitch, por sua vez, afirmou o Rating Nacional de Longo Prazo da TIM em “AAA(bra)”, com perspectiva estável, em um relatório de novembro.

Na época, os analistas da Fitch disseram que o rating incorporava a expectativa de que a TIM relatasse “sólidos fluxos de caixa das operações (CFFO)” nos próximos relatórios financeiros, apoiados pelo crescimento de sua base de clientes pós-pagos e da receita média por usuário (ARPU).

“O rating reflete o forte perfil de negócios da companhia, sustentado por sua relevante participação no setor brasileiro de telefonia móvel e seus conservadores indicadores de crédito, com reduzida alavancagem financeira e robusta liquidez”, escreveram os analistas da Fitch.

Segundo a Fitch, apesar das pressões do mercado, da concorrência intensa e da pressão sobre os planos de preços, a alavancagem líquida da TIM não deve crescer significativamente, mantendo-se abaixo de 1,0x. Segundo a análise da agência de ratings, o balanço da empresa é forte o suficiente para fazer investimentos em 5G e integrar os ativos móveis da Oi.

No relatório de novembro, a Fitch projetava que os investimentos da TIM atingiriam R$ 4,7 bilhões em 2022 e R$ 4,6 bilhões em 2023.

“É improvável que os investimentos no 5G pressionem significativamente o fluxo de caixa da TIM, pois devem permanecer entre 19% e 22% da receita líquida (equivalente a R$ 4,3 bilhões a R$ 4,7 bilhões) e ser auxiliados pelos acordos de compartilhamento de rede com a Telefônica Brasil, pelo espectro adicional da Oi, que requer menos torres, e pela desconsolidação da infraestrutura de fibra ótica após a venda de 51% da I-Systems (ex-FiberCo).”

A Fitch também prevê que o número de linhas móveis no Brasil aumentará em média 3% ao ano no futuro próximo, impulsionado principalmente pela comunicação máquina a máquina (M2M).

A agência também espera aumentos semelhantes no número de usuários de banda larga. Por outro lado, os usuários de telefonia fixa e TV por assinatura devem cair 7% e 3% ao ano, respectivamente.

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