
Diante de novas demandas do mercado, Seaborn reavalia ramificações de cabo entre Brasil e EUA

A operadora de cabos submarinos Seaborn está reavaliando possíveis extensões e novas ramificações para seu cabo Seabras-1, que liga o Brasil aos EUA.
As avaliações vêm na esteira das mudanças nas demandas do mercado e como parte do novo posicionamento corporativo do grupo, conforme explicou à BNamericas Michel Marcelino, vice-presidente sênior e diretor para a América Latina.
Ativado em 2017, o Seabras-1 conecta a cidade de Praia Grande, no litoral paulista, a Nova Jersey, nos EUA, por uma rota de 10,5 mil quilômetros.
A empresa se gabou de que o Seabras-1 é a única rota direta entre os centros financeiros de São Paulo e Nova York, garantindo taxas de latência baixíssimas.
A Seaborn não está mais considerando um trecho de 500 quilômetros de cabo para Recife, revertendo planos anteriormente compartilhados com a BNamericas por Andy Bax, ex-COO da Seaborn e atual CEO da EdgeUno, entre outros.
Segundo Marcelino, a filial de Recife foi considerada inicialmente porque um grupo de investidores e empresários havia manifestado interesse em construir um datacenter na cidade nordestina.
Com o tempo, porém, o vizinho Ceará e sua capital Fortaleza se consolidaram como o principal ponto de conexão de cabos submarinos no nordeste brasileiro, beneficiando-se de uma posição geográfica mais favorável e atraindo uma série de datacenters, pontos de presença (na sigla em inglês, PoP) e pontos de troca de internet para essa região.
“Recife sempre foi um grande polo econômico no Nordeste. Tem uma pujança econômica, um polo de tecnologia, um polo de medicina muito forte. Pernambuco sempre olhou para o Ceará como uma região mais turística, mas Fortaleza desenvolveu um ecossistema de interconexão relevante”, disse Marcelino.
O Seabras-1 foi projetado com sete unidades de ramificação, ou seja, sete pontos submarinos em todo o sistema a partir dos quais uma extensão (split) poderia ser feita para criar um novo trecho e conectar-se a novas estações.
Duas dessas filiais foram posicionadas na costa leste dos EUA, uma no Caribe e quatro no Brasil. Uma dessas filiais no Brasil ficava no Recife e as outras no Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
“Na fase de concepção do projeto do Seabras-1, já existia um interesse do governo de Pernambuco de ter um cabo submarino chegando ao Recife”, afirmou Marcelino.
Porém, muita coisa mudou desde então.
Além do crescimento de Fortaleza como um hotspot de interconexão, a Seaborn entrou com pedido de falência sob o Capítulo 11 nos EUA durante 2020, da qual só emergiu seis meses depois.
Esse processo, no entanto, levou à substituição da equipe de gestão da Seaborn e reuniu todas as entidades – Seaborn e Seabras – sob o recém-consolidado Grupo Seabras, com propriedade e gestão plenas para o Partners Group, principal investidor e controlador.
“Houve um realinhamento estratégico do Partners Group olhando a infraestrutura como um todo. Junto com isso, houve também um impasse comercial, natural em algumas situações, com o grupo de investidores do Recife. Com isso, decidimos dar uma pausa no processo e reavaliar também nossas branching units no Brasil”, explicou Marcelino.
CAPACIDADE E USO
O sistema Seabras-1 é composto por seis pares de fibra ótica, quatro dos quais foram alugados para terceiros, restando dois pares para a própria Seaborn.
Por isso, Marcelino disse que uma ou possivelmente duas das quatro unidades de ramal poderão ser utilizadas para novos trechos de cabos e estações de conexão pela empresa, sem necessariamente depender de projetos específicos, como foi o caso de Recife.
“Não é só uma questão de demanda de mercado. É uma questão de restrição tecnológica”, acrescentou.
A Seaborn está analisando oportunidades comerciais e custos com os principais fornecedores de cabos e equipamentos para determinar quais unidades de ramificação, se houver, serão ativadas e como a empresa poderá gerar mais valor para o sistema como um todo.
Contratualmente, a Seaborn teria que contar com sua fabricante original de cabos – a Alcatel Submarine Networks (ASN), da Nokia – para qualquer expansão, mas Marcelino disse que outras opções no projeto estão sendo consideradas.
O executivo espera que até o final do ano atual a Seaborn tenha mais clareza sobre se ou onde as extensões serão realizadas.
Enquanto isso, a empresa está se expandindo no Brasil, principalmente por meio de parceiros, tendo ativado PoPs em Fortaleza, Salvador, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro (este incluindo um teleporto).
Também se conectou a mais datacenters do país, incluindo os da Equinix em São Paulo, somando-se às conexões aos datacenters da Ascenty, Odata e Tivit, bem como aos datacenters privados da bolsa de valores do Brasil (B3).
A Seaborn foi certificada como operadora pela B3 para fornecer conectividade internacional a bancos globais, traders e fintechs, entre outros.
A Seaborn/Seabras também possui pares de fibra em outros sistemas, como Monet e AMX-1.
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