Equador busca entrar nas ligas principais da produção de cobre

A empresa EcuaCorriente, subsidiária equatoriana do consórcio chinês CRCC-Tongguan, prevê investir entre 650 milhões e 700 milhões de dólares para aumentar a produção da mina de cobre Mirador, disse à BNamericas o titular do Ministério de Energia e Minas, Fernando Santos.

Segundo os planos da empresa, o ritmo de processamento da mina, localizada na província de Zamora-Chinchipe, passará das atuais 60 mil t/d para 140 mil t/d em 2026, o que aumentará a produção de concentrado de cobre de 800 t /d para 2 mil t/d.

A autarquia explicou que os investimentos a realizar pela empresa vão incluir a construção de uma nova jazida de rejeitos e a ampliação da existente, bem como uma nova fábrica de beneficiamento, entre outras obras.

Na semana passada, o coordenador sênior de produção e tecnologia da EcuaCorriente, William Arteaga, disse à BNamericas que para processar a produção do campo Mirador Norte, a empresa planeja construir uma usina paralela à existente, com um custo entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões.

O aumento da produção faz parte da segunda fase da Mirador, com a incorporação da Mirador Norte.

Mirador é atualmente a maior mina do país sul-americano e, juntamente com a mina de ouro Fruta del Norte da Lundin Gold, são os únicos dois depósitos em escala industrial em produção.

Terça-feira (18), o ministério e a EcuaCorriente assinaram o documento final de negociação de um adendo ao contrato de exploração que vai permitir o aumento do volume.

Santos indicou que os documentos daquele ato serão enviados ao Ministério da Economia e Finanças para que emita o respectivo parecer sobre os riscos fiscais.

“Por se tratar de um investimento privado, não vemos nenhum tipo de risco. Assim que tivermos esse parecer [do Ministério da Economia e Finanças] que, esperamos, seja em agosto, será assinado o contrato definitivo com a EcuaCorriente”, declarou Santos.

CASCABEL 

Santos adiantou que, nas próximas horas, será também assinado um documento de negociação com a empresa SolGold para que esta passe à fase de exploração do projeto Cascabel, de 3 bilhões de dólares, na província de Imbabura.

Segundo seu estudo de pré-viabilidade, o depósito de Alpala – o mais importante da concessão – alberga 9,9 Mt de cobre, 21,7 M onças (Moz) de ouro e 92,2 Mt de prata em recursos medidos e indicados.

O ministro garantiu que foi feito um acordo com a empresa para que ela pague royalties de até 8%, conforme a produção e o preço do cobre no mercado internacional.

Nos dias seguintes à assinatura, será emitido um acordo ministerial para formalizar a emissão dos royalties.

A empresa não terá que pagar royalties antecipadamente, como fizeram as empresas EcuaCorriente e Lundin Gold, por suas minas Mirador e Fruta del Norte, respectivamente.

A carteira de Economia e Finanças também deve emitir parecer sobre o risco tributário de Cascabel.

Segundo Santos, a construção do ativo subterrâneo levaria de 4 a 5 anos, e a preparação do terreno e outras obras poderiam começar até o final deste ano.

“Cascabel é uma das duas maiores minas do mundo que deve iniciar a produção. Quando Mirador Norte e Cascabel estiverem em plena produção, o Equador entrará nas ligas principais da produção de cobre”, explicou o ministro.