Raio-x: três projetos que podem promover a mineração em grande escala no Equador

Após cinco anos sem que minas importantes tenham iniciado operações, o Equador aguarda o início da construção de três projetos que poderão reativar seu promissor setor de mineração.

As primeiras minas industriais de grande escala do país foram inauguradas em 2019, com o início da produção da mina de ouro Fruta del Norte, de propriedade da canadense Lundin Gold, e da mina de cobre Mirador, administrada pela empresa chinesa EcuaCorriente. Elas integravam um portfólio inicial de iniciativas importantes que incluíam os projetos: Loma Larga e San Carlos-Panantza, bem como os projetos de segunda geração Cascabel, Cangrejos, Llurimagua, Warintza, Curipamba e La Plata.

Desde então, lutas políticas internas, mudanças governamentais, oposição ferrenha à indústria de mineração e um tortuoso processo de licenciamento abrandaram as novas iniciativas.

Agora, três novos projetos – Curipamba, La Plata e Loma Larga – poderão começar a ser construídos em curto prazo e ajudar a atrair mais investimentos de mineração para um país dotado de recursos minerais extremamente promissores.

CURIPAMBA (EL DOMO)

Este ativo de ouro e prata, de US$ 250 milhões a US$ 300 milhões, pertence às empresas Adventus Mining e Salazar Resources, na província de Bolívar.

O projeto é composto por sete concessões que abrangem cerca de 21.500 hectares e inclui o avançado depósito de cobre e ouro de alto teor El Domo.

Em janeiro, as empresas obtiveram a licença ambiental que permitirá iniciar a construção da mina. A iniciativa se tornará a terceira operação em escala industrial no país e deverá gerar emprego direto ou indireto para cerca de 3 mil pessoas.

As obras devem começar nos próximos meses, disse à BNamericas Freddy David Salazar, gerente de Desenvolvimento Corporativo da Salazar Resources.

Além de atender às regulamentações equatorianas, o projeto da mina segue as diretrizes da Associação Canadense de Barragens, utilizando o método de barragem de rejeitos a jusante com enrocamento, considerada a opção mais segura, segundo as empresas.

LA PLATA

Localizado em Palo Quemado, província de Cotopaxi, no centro do Equador, o projeto polimetálico da Atico Mining, de US$ 176 milhões, deve primeiro concluir o processo de consulta ambiental antes de poder solicitar a licença que permitirá dar início à construção da mina.

Esse processo de consulta ambiental, conduzido pelo Ministério do Meio Ambiente, começou em julho do ano passado, mas foi suspenso por quase 6 meses devido a ações violentas de grupos antimineração.

Recentemente, o Ministério de Energia e Recursos Naturais Não Renováveis prorrogou a concessão até 2049. Esta decisão, segundo a empresa, proporciona melhores condições para prosseguir com os planos de investimento.

Se necessário, a empresa poderá solicitar outra prorrogação, por 25 anos, em 2048.

Contudo, a Atico acredita que a construção da mina deverá começar em 2025.

LOMA LARGA 

Situado na província de Azuay, no sul do país, este projeto de ouro e prata de cerca de US$ 316 milhões e pertencente à canadense Dundee Precious Metals, exige que o Estado realize processos de consulta ambiental e consulta prévia às comunidades antes de poder solicitar a licença ambiental, para permitir a construção.

De acordo com a decisão emitida no ano passado por um tribunal local, a consulta prévia deverá ser realizada na comunidade de Escaleras, nos municípios de Victoria del Portete e Tarqui, enquanto a consulta ambiental deverá ser realizada na área de influência do projeto.

De acordo com a DPM, Loma Larga tem potencial para produzir uma média de 200.000 onças/ano de ouro nos primeiros cinco anos.

A empresa prevê a construção de uma mina subterrânea com instalações de superfície que incluirá a planta de processamento de minério, a planta de enchimento de pasta, um depósito de rejeitos e outras instalações, que não excederá 84 ha na área de intervenção do projeto, afirmou no ano passado Scott Campbell, gerente da DPM no Equador em entrevista concedida à BNamericas.