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Os desafios logísticos que enfrenta a mineração no Equador

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Os desafios logísticos que enfrenta a mineração no Equador

A crescente demanda por metais críticos para enfrentar a transição energética, bem como as condições geológicas do Equador, representam uma oportunidade para o país.

Contudo, o setor enfrenta grandes desafios, incluindo a superação da burocracia excessiva, o reforço da segurança jurídica para os investidores que apostam no país, a gestão adequada da oposição antimineração, a promulgação de regulamentos claros para fortalecer a indústria e, em particular, a modernização da logística, incluindo transporte e armazenamento de minerais.

Com apenas duas minas de grande porte em produção desde o final de 2019 – a mina de cobre Mirador, operada pela empresa chinesa EcuaCorriente, e a mina de ouro Fruta del Norte, propriedade da empresa canadense Lundin Gold – a mineração já é a quarta maior em termos de exportação no Equador, atrás do camarão, óleo e banana.

O Equador tem apenas 7% do território concessionado, ou cerca de 2 milhões de hectares (Mha), mas a estatal Enami identificou oito áreas com cerca de 4,7 Mha e um elevado potencial para a atividade mineira.

Um estudo realizado no ano passado pela consultoria Grupo Spurrier para a Câmara de Mineração do Equador estima que apenas nove projetos mineiros em fase avançada, duas minas em produção e uma suspensa por problemas sociais, possuem reservas de 37,1 milhões de onças (Moz) de ouro, 45,5 bilhões de libras (20,6 milhões de toneladas) de cobre, 178 Moz de prata e 129 Mlb (milhões de libras) de zinco.

Uma série de grandes projetos em andamento – entre eles Cascabel, Panantza-San Carlos e Ruta del Cobre –, outros de menor porte – a expansão de duas minas e a produção de pequenas minas – levarão o Equador a enfrentar num futuro próximo o desafio de melhorar a logística no transporte e armazenamento. Segundo vários especialistas, isto poderia ser nos moldes do Chile, com contentores basculantes, quer adquiridos pelas próprias empresas, quer por meio de um serviço completo oferecido pelos próprios portos, como é o caso de Coquimbo no Chile.

“Modernizar a cadeia logística de transporte é vital para um país que quer jogar na primeira divisão da indústria mineira e que tem uma série de projetos que, quando virarem minas, vão mudar a indústria”, afirmou o ex-vice-ministro de Fernando Minas de Benalcázar.

O sistema logístico da indústria equatoriana de mineração ainda é incipiente, por isso é melhor imitar e aprender com especialistas, como o Peru, que aprendeu com o Chile, e o Chile, que aprendeu com a Austrália, acrescentou.

No Equador, para transportar o concentrado são utilizados os chamados big bags, ou sacos de polietileno. A Lundin Gold é a exceção, pois para transportar o concentrado de ouro da Fruta del Norte utiliza um sistema de contêiner padrão, que possui revestimento interno especial para segurança física.

“Um grande desafio na mineração é a implementação de novas tecnologias, especialmente o sistema selado de conteinerização de granéis”, disse à BNamericas o presidente da Associação de Engenheiros de Minas do Equador (AIME), René Ayala.

Segundo ele, os big bags podem apresentar problemas de segurança industrial para os trabalhadores no carregamento nos portos e diminuição da umidade e aumento da temperatura, o que aumenta o risco de incêndios.

E a logística da mineração está diretamente ligada à sustentabilidade, transparência e rastreabilidade.

“Em todo o mundo, a indústria de mineração busca reduzir a pegada de carbono em suas operações para mitigar o impacto ambiental ao manusear ou transportar concentrados minerais”, afirmou Gustavo Delgado, gerente para Equador e Colômbia do Intermodal Solutions Group (ISG), em conversa com BNamericas. A empresa australiana fornece contêineres basculantes para mineração, grãos e carregamento de navios.

A expansão nas minas ativas e a produção que advirá de novos projetos durante a próxima década também trazem à tona a necessidade de ter corredores rodoviários de mineração na zona sul e provavelmente um oleoduto mineral na zona norte.

Com parcerias público-privadas poderá ser realizada a construção de corredores que, com tecnologia de ponta, incluindo blockchain, garantam a rastreabilidade dos minerais e que a carga minerária não seja contaminada em um país onde o tráfico de drogas ganhou espaço nos últimos anos, concluiu Ayala.

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