Ecuacorriente iniciará expansão de US$ 600 milhões da mina Mirador em 2024

A EcuaCorriente, subsidiária equatoriana do consórcio chinês CRCC-Tongguan, planeja iniciar a construção da mina de cobre Mirador Norte, avaliada em US$ 600 milhões, em cerca de quatro ou cinco meses.

O depósito fica dentro da concessão Mirador 1 Avanzada, que inclui a mina de cobre Mirador Sur, a maior em produção no país sul-americano.

Os investimentos cobrirão a ampliação da barragem de rejeitos, áreas de beneficiamento, instalações auxiliares e pequenas obras.

Durante um passeio pela mina (foto), localizada no cantão El Pangui, na província amazônica de Zamora Chinchipe, a gerente de gestão ambiental Vilma Pazmiño disse à BNamericas que os projetos da cava, do depósito de resíduos, da planta, dos acessos, das barragens que captam a água que sairá da cava e do depósito, dos tanques de sedimentação e da esteira transportadora já estão concluídos. Ela destacou, ainda, que a empresa iniciou a construção de obras secundárias, como acessos e tanques.

A empresa está na etapa de preparação, que envolve resgate de espécies, limpeza do terreno e monitoramento arqueológico.

O primeiro teste de produção de Mirador Norte poderá ocorrer no final de 2025, segundo o coordenador de responsabilidade social José Cárdenas.

Em entrevista à BNamericas em julho, o vice-presidente jurídico da EcuaCorriente, Mauricio Núñez, afirmou que a produção do depósito Mirador Norte começará em 2026, com 16 milhões de toneladas (Mt) de minério naquele ano. O executivo acrescentou que em 2027 o volume subirá para 19,8 Mt por ano e, em 2028, para 26,4 Mt por ano, atingindo a meta de 140.000 t/d em Mirador. Segundo a empresa, entre janeiro e outubro deste ano, a mina contribuiu com cerca de 502.000 t de concentrados de cobre, ante 465.000 t no mesmo período de 2022.

Pazmiño explicou que não é necessário realizar uma consulta ambiental para Mirador Norte, uma vez que o ativo fica a 1 km de Mirador Sur, na área de influência da concessão que está em produção desde 2019.

REJEITOS

Para definir onde serão depositados os rejeitos de Mirador Norte, a empresa realizou uma série de estudos e determinou que a alternativa mais adequada era a expansão do atual depósito de rejeitos Tundayme, contou a executiva.

A Klohn Crippen Berger (KCB) foi responsável pelos estudos detalhados de engenharia, contando com contribuições de outros 55 estudos realizados por 23 consultorias nacionais e estrangeiras, tanto para a construção de Tundayme quanto para sua expansão.

A EcuaCorriente apresentou às autoridades a engenharia detalhada com base nos parâmetros técnicos exigidos. Já existe um parecer favorável da Agência de Regulação e Controle (ARC), e a empresa aguarda a resolução do Ministério de Energia e Minas com a aprovação para iniciar a ampliação.

No final de outubro, organizações ambientalistas e defensores dos direitos humanos afirmaram que as barragens de rejeitos de Tundayme e Quimi, em Mirador, representam graves riscos, o que a EcuaCorriente nega.

“Descartamos totalmente essas acusações”, disse César Vásquez, gerente do departamento de gestão de depósitos de rejeitos.

Quimi deixou de operar em 2021, pois foi planejada para receber os primeiros rejeitos dos testes da planta metalúrgica. A barragem de rejeitos já entrou em processo de fechamento.

Os registos sísmicos dos últimos 75 anos foram incorporados no projeto de construção de Tundayme, para que a instalação possa resistir a terramotos de até nove graus de magnitude (o máximo crível). Os registros meteorológicos de 20 anos também foram revisados para que suporte o máximo de precipitação possível.

Vásquez explicou que a construção de Tundayme foi feita a jusante, “o método mais eficaz, mais resistente e mais seguro”, e com materiais rochosos provenientes da cava da mina. “Há um rigoroso controle de qualidade, é uma barragem extremamente segura”, afirmou.