Principais conclusões do evento de hidrogênio da América Latina H2LAC 2022

Descarbonizar as indústrias locais e promover a colaboração regional em áreas como a padronização do sistema de certificação foram identificados durante uma cúpula internacional como alguns dos objetivos iniciais para o nascente setor de hidrogênio verde da América Latina.

Tomadores de decisão das esferas de governo, finanças e indústria se reuniram recentemente na Colômbia para o H2LAC 2022, organizado pela empresa norte-americana New Energy Events e co-organizado pelo banco regional de desenvolvimento BID.

Os setores-alvo para a implantação local de hidrogênio verde e seus derivados foram identificados como cimento, aço, fertilizantes, transporte e mineração, disse à BNamericas a diretora do programa de hidrogênio da New Energy Events, Francisca Salas.

A descarbonização das indústrias domésticas serve a dois objetivos. “O primeiro, naturalmente, é reduzir as emissões de carbono na região e o segundo é que, por meio desse processo, se obtém o conhecimento necessário para, posteriormente, gerar hidrogênio verde para exportação”, disse Salas.

A América Latina tem um portfólio crescente de projetos de hidrogênio verde de diferentes configurações e tamanhos na prancheta. Unidades móveis em escala de teste estão em operação e o pioneiro Chile está construindo uma planta-piloto de produção.

Salas acrescentou que a América Latina pode alavancar sua experiência em toda a cadeia de valor de hidrocarbonetos.

“A América Latina tem duas vantagens importantes: sua capacidade de energia renovável existente – e potencial – em todos os países, e um know-how especial na gestão da indústria de petróleo e gás”, disse Salas. “Isso é importante, pois a cadeia de valor do hidrogênio é tão complexa quanto a da indústria de hidrocarbonetos.”

Para ajudar a facilitar o fluxo de investimentos para a região, os tomadores de decisão também ressaltaram a importância da cooperação e do planejamento conjunto entre os países em áreas como padrões de transporte e sistemas de certificação de produtos que identificam se o hidrogênio é “verde” ou não. Em termos de certificação, o BID está desempenhando um papel de coordenação e oferecendo assistência técnica aos países da região.

“É importante gerar um sistema de certificação regional, ter uma visão regional e integradora”, disse Salas. “Isso torna o investimento mais eficiente… e, no final das contas, as emissões de carbono não respeitam fronteiras.”

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