Trem Maia enfrenta novo obstáculo legal no México

Uma nova ordem judicial ameaça interromper a construção do quinto trecho do Trem Maia, o qual percorre 121 quilômetros do aeroporto internacional de Cancún até Tulum, no estado mexicano de Quintana Roo.

Na terça-feira (7), a organização ambientalista Sélvame del Tren afirmou que um juiz distrital do estado de Yucatán havia concedido uma nova suspensão para interromper todos os trabalhos de desmatamento nas seções norte e sul do projeto, que está em andamento desde o ano passado.

No entanto, essa afirmação é “absolutamente falsa”, disse na quarta-feira (8) à agência de notícias EFE o porta-voz do Fundo Nacional de Turismo (Fonatur), Fernando Vázquez, acrescentando que “o Trem Maia é totalmente legal”.

“É absolutamente falsa a afirmação de que as obras do trecho cinco foram definitivamente suspensas”, afirmou.

“Também há as licenças e autorizações para a mudança de uso da terra”, disse Vázquez, sublinhando não haver obstáculo para continuar a construção.

Várias outras suspensões foram concedidas a ONGs para interromper as obras do projeto ferroviário. No entanto, o governo mexicano até agora conseguiu seguir com a construção usando uma série de diferentes táticas legais.

Uma das ações mais recentes do governo do presidente Andrés Manuel López Obrador foi declarar o projeto do Trem Maia uma questão de segurança nacional, o que permitiu derrubar várias liminares.

Ambientalistas afirmam que o projeto carece de todas as licenças necessárias e que causará impactos ambientais negativos. O Fonatur apresentou o estudo de impacto ambiental do trecho no início de maio, mas as obras já haviam começado três meses antes.

O Fonatur destinou 30,4 bilhões de pesos (US$ 1,6 bi) à Secretaria da Defesa (Sedena) para continuar as obras. A secretaria contratou então ICA, Mota-Engil e Azvindi para a construção do trecho.